quinta-feira, 30 de abril de 2009

Arte e Cura


A chilena Fabíola Salgado tem tido muito sucesso profissional com o artesanato que a princípo serviria apenas como terapia.
Quando a artista perdeu seu pai entrou em depressão, usou o artesanato como cura, e, funcionou muito bem, pois além de lhe trazer saúde a fez trocar a profissão de manicure por artesanato em feltro, que é o seu ganha pão de hoje e os projetos de amanhã: "Foi terapia e hoje é meu trabalho, penso mais calma."
Tudo começou quando ela cursou arte em feltro com Walkiria Klimeika (artesã referência em feltro), que posteriormente descobriu que era amiga de seu pai.
Sem planejar as circunstâncias levaram a vender sua arte para amigas, receber encomendas e num pulo passou a expor na feirinha de Santos.

Sua arte criativa e caprichada conquistaram e conquistam clientes, ela teve que comprar chaveirinhos de bichinhos para por em volta de sua barraquinha na feira para que esta não fique vazia ao longo do dia: "Faço bastante, mas, acaba rápido!"
Fabí produz uma gama variada e original de artesanato em feltro. Mas, apesar da diversidade Fabí tem vários planos, deseja ter seu próprio espaço e dar aulas. E, além, vai aprender a manipular fantoches em um curso para brincar com seu filho e direcionar sua arte em feltro para fins educacionais, didáticos.
Sua generosidade é explicita quando explica e dá dicas de como criar arte
em feltro e emenda: "Não precisa de muito investimento para começar!"
O único pormenor é que Fabí não leva jeito e também não gosta de administrar, é aí que entra sua irmã, a Vanessa Conceição Leonardo, ela que apóia a irmã, faz as contas, põe preços e ainda está lá na feirinha ao lado de Fabí a ajudando com os clientes.

Você pode encontrá-la no Flickr , no Orkut ou pelo telefone: (13)8143.3859

Patrícia Rosseto

Bichinhos Fofos

Esses bichinhos confeccionados com feltro podem ser vendidos como lembrancinhas de chá de bebê, nascimento, aniversário e batizado.

São fáceis de fazer e utiliza-se pouco material para confecioná-los.

Para usar as imagens, basta salvá-las em seu computador e imprimir para copiar o molde no feltro.

Além de lembrancinhas, você pode usar estes bichinhos para fazer mobiles, cubos, quadros, apliques em tecidos, bolsas, panos de prato, toalhas de rosto, enfim... uma infinidade de possibilidades!
Para fazer as peças, você precisará de feltro e linhas de diversas cores e enchimento.
Solte a imaginação!

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Madah!: Um exemplo de empreendedorismo! - Parte 2


Segue abaixo a segunda parte da entrevista com Juliana Souza. Confira:

Arte em Feltro: Por quê Madah!? Como surgiu a marca?
Juliana Souza: Bom, a marca surgiu através de uma inspiração da música “Madalena” do compositor Ivan Lins e interpretada por Elis Regina. É até engraçado, porque essa música marcou o ano de 2008, tivemos momentos maravilhosos com nossos amigos mais próximos ouvindo essa música, que tocava em todos os bares que íamos. E quando não tocava, nós pedíamos pra tocar, rs. E foi justamente nessa época que estávamos procurando um nome pra marca e foi quando decidimos buscar inspiração na música (já que é algo muito presente tanto pra mim quanto pra Tati)... E essa era a música que melhor representava o momento que estávamos vivendo. De mudanças, busca por novos ideais, novas experiências. O ponto de exclamação é como um ícone, pois a nossa "marca" são os botões que colocamos na maioria das bolsas. Queríamos um nome bacana, mas ao mesmo tempo feminino. E foi assim que surgiu a Madah!.

Arte em Feltro: Onde você compra os materiais necessários para produzir as peças? Poderia informar os endereços aos leitores do blog?


Juliana Souza: Nossas compras são feitas em dois lugares bem conhecidos na cidade: Região do Brás e 25 de março. São dois locais onde encontramos maior diversidade de materiais, com melhor qualidade e preço acessível. Bom Flavinha, pra quem quer comprar tecidos sugiro que vá nessas duas ruas na região do Brás: Rua Joli e Almirante Barroso. Lá você encontra uma infinidade de tecidos, cores e estampas variadas. Pra quem trabalha com isso é o melhor lugar. Agora para a compra de acessórios como botões, zíperes, linhas e etc. Tanto pode encontrar na Rua Joli (Brás) ou na região da 25 de março.

Arte em Feltro: Quais são as influências dos seus produtos? Para quem são destinados? Há um público-alvo específico?

Juliana Souza: Nossas influências são muitas. Mas a maioria das peças tem influência da moda retrô, gostamos de utilizar estampas de bolinhas, listras, xadrez e utilizamos sempre o botão para dar um charme na peça. O intuito é diversificar também, agradar vários públicos. Algumas preferem estampas mais chamativas, outras preferem bolsas lisas, outras gostam de estampas florais. Queremos agradar vários públicos, desde a menininha que adora usar a cor rosa, até mesmo aquela que adora estampas vibrantes e chamativas. O que tem nos chamado bastante a atenção nesses últimos meses é a quantidade de pessoas que desejam ter uma bolsa personalizada. Elas desejam criar sua própria bolsa, isso pra gente é muito bacana, porque temos deixado nossas clientes cada vez mais satisfeitas.



Arte em Feltro: O que é moda para você? Que tipo de influência ela exerce? Qual o papel dela na sociedade?
Juliana Souza: Moda pra mim não tem nada a ver com ostentação sabe. Muitas pessoas acham que pra estar na moda precisam ter grifes e nem sempre é assim que funciona. Acredito que a moda deve ser vista como algo autêntico. Portanto é muito melhor estar na moda criando seu próprio look do que copiar o dos outros. Cópias são sempre descartáveis. Acho que a moda é uma influência muito forte na sociedade hoje em dia. Cada dia que passa as pessoas buscam referências da moda em artistas famosos. Na verdade a mídia e a moda andam sempre juntas para impactar o público. Acredito que a moda poderia ser levada para as pessoas de uma outra forma sabe. A moda deve atender também classes menos favorecidas, deve também levar a temática do meio ambiente, sempre pensando no consumo consciente.



Arte em Feltro: Você acha que o artesanato é pouco valorizado, apesar de ser uma expressão da cultura e do folclore de uma sociedade? Na sua opinião, o que poderia ser feito para ampliar e apoiar o trabalho dos artesãos, considerando ações governamentais e privadas.
Juliana Souza: Infelizmente o artesanato ainda é pouco valorizado no Brasil. Muitas pessoas não conseguem diferenciar um produto artesanal de um produto industrializado. Quando começamos nossa produção enfrentamos alguns questionamentos do tipo: “Nossa, mas essa bolsa custa R$ 30,00?”, “Compro uma de tecido por R$ 12,00 na 25 de março!”. Pois é, algumas pessoas não entendem que nossos produtos tem melhor qualidade, melhor acabamento e que temos custos na produção das peças. Olha, é um trabalho árduo para tentar abrir a mente das pessoas sabe. Infelizmente o artesanato só é valorizado por turistas, as pessoas que vem de outros países sempre costumam se apaixonar por produtos artesanais brasileiros. Uma solução para o crescimento do artesanato seria incentivos do governo para a exportação desses produtos.

Arte em Feltro: O que você espera do futuro da Madah!? Por exemplo, abrir uma loja e comercializar seus produtos... quem sabe até ter franquias?
Juliana Souza: Bom, espero que a Madah! seja vista como referência, que cada vez mais pessoas conheçam a marca e percebam que nossos produtos são diferenciados. Sim, pensamos muito em abrir uma loja nossa, esse é um objetivo que fica aqui martelando diariamente em nossas cabecinhas, rs. Franquias também, tudo o que for viável para que a marca cresça.

Arte em Feltro: O que o artesanato lhe ensinou?
Juliana Souza: Ensinou-me que não existem limites para se criar e que tudo que é feito manualmente tem um valor especial. O artesanato é uma fonte de renda para milhares de pessoas hoje em dia e deveria ser melhor valorizado. O artesanato também me possibilitou ter uma idéia sobre o comércio em geral, vendas (marketing) que pra mim sempre foi algo colocado como segunda opção, hoje é essencial pra fazer girar qualquer negócio.


Arte em Feltro: Depois de visitar o blog Arte em Feltro, você mencionou que gostou muito do material por ser muito versátil. Você vai utilizar o feltro em aplicações e enfeites nas bolsas?
Juliana Souza: Ahh, com certeza! Já até conversei com a Tati e prepare-se... Em breve teremos novidades da Madah! rs.

Arte em Feltro: Já tem idéia de outros produtos que poderão ser criados com este material?
Juliana Souza: Olha Flavinha, lendo seu blog me vieram tantas idéias na cabeça... Como falei pra você, acho o feltro um material muito versátil que pode ser utilizado para aplicações ou até mesmo na confecção como um todo. Brinquedos, bolsas, acessórios femininos, colares, pulseiras, bom enfim... Uma diversidade de produtos.


Arte em Feltro: A internet é uma grande aliada na troca de idéias, moldes e técnicas. Ela é principal fonte de divulgação também. Onde você buscará essas informações? Blogs como o Arte em Feltro são parceiros dos artesãos, na sua opinião? Mesmo que indiretamente?
Juliana Souza: Realmente a internet é uma ferramenta importante para nosso trabalho, desde a pesquisa de novos materiais, informações sobre o que já existe no mercado, divulgação que pra gente é o que tem dado maior retorno. A maioria das informações é fornecida em comunidades no orkut, é incrível como essa ferramenta tem ajudado as pessoas a divulgar também os seus respectivos trabalhos. Mas também encontramos muitas informações em blog´s e sites. Acho muito bacana a iniciativa do blog Arte em Feltro, é repleto de informações e é disso que precisamos. Como estudante estou acostumada a fazer muitas pesquisas de materiais e processos de fabricação. Quando vi o blog levando a temática do feltro, fiquei maravilhada. Pois trabalho incessantemente na procura de novos materiais.

Agradecimentos: Primeiramente gostaria de agradecer a Flavinha pelo espaço e pela iniciativa do blog em apoiar o artesanato brasileiro. E não poderia deixar de agradecer a todos nossos amigos, familiares e clientes, sem eles nada disso seria possível.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

A Feira Benedito Calixto

Estive esse sábado a passeio na feirinha da Benedito Calixto e fiquei encantada com os artesanatos expostos pelos 320 artistas que fazem parte da feira.

A Praça Benedito Calixto foi inaugurada em 1987, ela e um ponto de referencia para lazer e compras na capital paulista. A feira acontece todos os sábados expondo artesanatos variados, arte em feltro, antiguidades, Brechós de bolsas e roupas de marcas para entidade beneficente, brincos, camisetas, plantas das mais variadas, barracas de pasteis com caldo de cana, doces, salgados e muito mais. O que mais me encantou na feira e o projeto Autor da Praça, projeto que surgiu depois que Mario Lago fez uma visita a praça em Novembro de 1998 e foi concretizada somente em primeiro de Maio de 1999. O projeto Autor da Praça da à oportunidade para os autores lançarem seus livros, ela acontece duas vezes no mês, geralmente no primeiro e último sábado do mês. Há músicos também que se apresentam todos os sábados no chorinho na praça.

Vale a pena fazer uma visita a feira!

Ela acontece todos os sábados das 9 as 19 entre as ruas Cardeal Arco Verde e a Teodoro Sampaio Zona Oeste.

Loren Lopes

Madah!: Um exemplo de empreendedorismo! - Parte 1

Quantas vezes você já pensou em ter um negócio próprio e nunca se arriscou por medo de não dar certo?

Essa insegurança é natural. Entretanto, para que um trabalho seja um sucesso, seja como empregado ou dono do negócio, é necessário perseverar e acreditar no projeto. O empenho e a confiança são ingredientes fundamentais na construção de uma marca e de um produto. A concorrência é infalivel e acaba com os menos preparados.

Juliana e Tatiane, estudantes de design. Duas mulheres jovens e talentosas que com muita determinação e garra, dedicaram-se integralmente ao sonho de ter um negócio próprio. Juntas, criaram a Madah!, uma marca que cresce a cada dia com a divulgação feita na internet e mais, vem ganhando espaço em exposições também, como acontece todo fim de semana no Empório São Francisco, no bairro do Ipiranga, em São Paulo.

Elas representam o sonho realizado e são um incentivo à mulheres e homens que querem investir em uma idéia. Um exemplo de criatividade, coragem e empreendedorismo, que consite na arte de construir um negócio bem sucedido.

Leia a entrevista que a Juliana Souza concedeu à Equipe Arte em Feltro e inpire-se neste lindo trabalho!

Juliana Souza da Rocha, 25 anos, estudante de Design de Produtos.


Arte em Feltro: Como surgiu seu interesse pelo artesanato? Sei que você é amante das artes, da fotografia e da música, portanto sua relação com este meio já era muito forte. De admiradora você se tornou uma artesã. Como foi isso? Quem te levou para este caminho?
Juliana Souza: Pois é Flavinha, esse meu interesse pela arte surgiu na adolescência. Sempre gostei de pintar e de criar coisas novas. E quando achei que estava na hora de procurar uma profissão optei pelo Design. Na verdade eu sempre quis estudar artes plásticas, mas tem aquele lance que você sempre acaba levando em consideração de como será o mercado depois que me formar e aquele lance de valer a pena financeiramente.
E foi na faculdade que conheci a Tati, que por sinal também é apaixonada por artes plásticas, fotografia, música e tinha os mesmos objetivos que eu. Um deles era montar um negócio próprio, trabalhar pra gente. E foi no início de 2008 que ela teve a idéia de começar uma produção de bolsas de tecidos. Nesse período eu trabalhava como auxiliar de escritório e resolvi me desligar da empresa em julho, e foi quando ela me fez o convite para ajudá-la na produção. Foi aí que a marca Madah! começou a nascer.

Arte em Feltro: Sua produção é uma forma de complemento de renda ou apenas um hobby? Em ambas as situações, há retorno financeiro satisfatório? Você acha que é possível uma pessoa sobreviver nesta profissão?
Juliana Souza: Bom, hoje a Tati e eu vivemos pra “Madah!”, é o nosso trabalho. E no momento nossa única fonte de renda. Estamos iniciando o negócio, correndo atrás de divulgação, procurando pontos de vendas... O início é sempre complicado, o retorno financeiro demora um pouco. Mas estamos conseguindo manter nossos gastos com a produção, o que pra gente já é uma vitória.
Quanto a possibilidade de sobreviver com isso.... Acho que só depende da gente, da nossa força de vontade em fazer o negócio crescer. Costumo dizer que o artesão precisa ser um “mutante”, rs. A concorrência é muito grande hoje em dia. A produção precisa estar sempre atualizada com novos tipos de materiais, novas estampas, aplicações e cada vez mais queremos investir em produtos personalizados. Uma coisa que atrai nossas clientes é justamente isso. A possibilidade de criarem seu próprio modelo de bolsa. Outro fator muito bacana da Madah! é que as bolsas são confeccionadas uma a uma, fazendo com que cada bolsa seja diferente uma da outra, tornando-a exclusiva.

Arte em Feltro: Você começou a produzir sozinha ou iniciou com o apoio de outras pessoas? Você comentou que tem uma sócia. Qual é a função dela? E a sua nesta parceria?
Juliana Souza: Então, a produção inicial foi da Tati e da mãe dela no ínicio de 2008. Nessa época não havia ainda um nome pra marca. A Madah! surgiu em agosto de 2008, quando resolvemos batizar nosso negócio e trabalhar também a identidade visual da marca.
A Tati, hoje está mais próxima da produção das bolsas, até mesmo porque nosso atelier é na casa dela e ela costuma dar maior auxílio para a nossa costureira (Dona Navínia) durante o processo de confecção das peças. Já eu fico responsável pela divulgação e locais para revenda de nossos produtos, encomendas e entregas e controle administrativo. Mas juntas fazemos outras atividades como: criação de novos modelos, modelagem das peças, compras de materiais, realização de eventos para promover a marca, vendas pela internet, etc. É um trabalho conjunto.


Arte em Feltro: Você comentou que a mãe da sua sócia costura as bolsas. Ela executa somente esta função ou trabalha em outros projetos?
Juliana Souza: A Dona Navínia é o nosso anjo da guarda, sem ela nada disso estaria acontecendo. Ela é uma excelente costureira, muito caprichosa e acaba sempre nos ensinando muita coisa até mesmo no processo de confecção das peças. Hoje ela precisa dividir seu tempo entre as atividades da Madah! e os afazeres do lar.

Arte em Feltro: Como faço para comprar uma bolsa Madah?
Juliana Souza: Hoje a maioria das nossas encomendas é fechada pela internet. Você escolhe o modelo da bolsa que deseja comprar, efetua o pagamento através de depósito bancário e enviamos por correio (Pac ou Sedex). Se o cliente for de São Paulo-capital fazemos a entrega pessoalmente.


Arte em Feltro: Como você comercializa seus produtos? A primeira fase da divulgação é feita através do site de relacionamentos (Orkut)? Existe outra forma de divulgação?
Juliana Souza: A comercialização dos nossos produtos é feita em lojas revendedoras, como o Empório São Francisco e Ska Skate Rock e também através do nosso perfil no Orkut.
No início a divulgação era feita somente pelo Flickr, um site onde publicamos nossos produtos, mas estávamos encontrando dificuldades para vender, foi então que decidimos criar um perfil no Orkut, o que nos possibilita divulgação para maior número de pessoas e conseqüentemente maior número de vendas.
Hoje temos essas duas fontes de divulgação:
Orkut – Madah!
Flickr: Madah!


Arte em Feltro: Na sua página pessoal, você sempre divulga exposições no Empório São Francisco. Como é este lugar? Onde fica? O que é comercializado? Que tipos de profissionais expoem seus trabalhos?

Juliana Souza: Pois é, fomos literalmente abraçadas pelo “Empório São Francisco”, esse é um lugarzinho muito especial pra gente.
O Empório é uma loja de produtos naturais e orgânicos que tem um espaço reservado para o artesanato. É um local aconchegante e muito receptivo. A primeira vez que fui lá me senti em casa, literalmente, rs.
Vale a pena fazer uma visita, tenho certeza que assim como eu, outras pessoas também vão se sentir em casa... O Empório fica localizado na região do Ipiranga na Rua Xavier Curado, 542 (próximo ao Museu do Ipiranga).
A idéia do Empório é oferecer a seus clientes produtos naturais de qualidade com preço mais acessível. E aproveitar e possibilitar que seu cliente além de comprar alimentos, possa também comprar produtos artesanais de qualidade. Lá você encontra peças decorativas, roupas, acessórios, livros, quadros, ou seja, é uma diversidade de opções para quem deseja presentear alguém ou até mesmo se presentear.


Nota: Na próxima quarta-feira, a segunda parte da entrevista com a Juliana será publicada.

Aguardem!


quinta-feira, 23 de abril de 2009

A produção do feltro

O feltro é um material produzido artesanalmente a partir da transformação de pedaços de fibras de lã num novo tecido. Por isso dizemos que o feltro é um "tecido-não tecido", já que ele é feito a partir de um têxtil natural, mas não é a forma natural deste têxtil em si.

A produção do feltro é feita normalmente à mão, com um tear, num processo chamado feltragem. As fibras da lã pura (sem qualquer adição de outros materiais) são friccionadas, prensadas e condensadas. Estas fibras amontoadas é que formarão o feltro, em um processo que é feito de duas formas:

"Neddle felting" – feltro seco com a técnica da “agulha”, esta uma agulha especial que contém uma série de ranhuras. Ao contrário das agulhas conhecidas esta não serve para coser nem fazer laçadas de linha ou lã. A agulha utiliza-se picando as fibras de lã, arrastando-as e pressionando-as umas contra as outras e ligando-as dessa forma, entrelaçando-as. Normalmente utiliza-se a lã cardada (tipo de lã apresentada em manta, de aspecto irregular e normalmente áspero ao toque). Esta técnica é geralmente utilizada para a confecção de artigos decorativos.

Wet felting” – feltro molhado com a técnica de “água e sabão”. Processo em que a fibra natural da lã é estimulada pela fricção e lubrificada pela umidade da água e pelo sabão. Normalmente utiliza-se a lã penteada (lã apresentada em mecha, de aspecto mais regular e macio ao toque). Por sua textura macia, este feltro é bom para ser utilizado em elementos que estejam em contacto com a pele.

Suas diversas utilidades
Por ter características como abafador do som e da luz, funcionar como regulador de umidade, ser um material isolador e um mal combustível, o feltro é utilizado até mesmo em tendas, as chamadas Yourtes, que ainda hoje são os alojamentos tradicionais dos nômades asiáticos.

Além disso, o feltro é reciclável e não suja facilmente, além de ser de fácil manuseio, o que permite que se criem diversos tipos de artigos a partir dele, desde bijuterias, roupas e chapéus, cachecóis, até peças artísticas e ornamentos como mantas e tapetes.

A origem

Vestígios arqueológicos encontrados na Ásia, datados de 600 A.C. podem comprovar que o feltro tenha surgido nessa época. Mas há quem diga que o homem já conhecia a fabricação do feltro muito antes disso.

Há algumas lendas que dizem que o feltro teve origem na Arca de Noé.
Num espaço pequeno com vários animais, entre os quais ovelhas, o calor fazia os ditos animais perderem a lã. Com a ação da urina sobre a lã caída das ovelhas e pela fricção das patas dos animais em cima da mesma o resultado foi um grosso tapete que cobria o chão da arca. Verdade ou não, esta é uma forma de se produzir o feltro, além de ser uma boa história.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

O Artista na Feira de Antiguidades

José Chapper, 75 anos é: jornalista (trabalhou no Diário Popular do Rio Grande do Sul), artista plástico (premiado no Salão de Arte Moderna de São Paulo em 1963). No teatro já fez: cenários, caracterizou personagens e assistente de direção. Também foi ator da TV Tupi, modelo, enfim...quanto mais conversamos com ele mais descobrimos suas multifaces artísticas. Desenhou jóias, inclusive, uma delas pertence a Corte Inglesa.

Foi o único ator dublado do mundo, quando um amigo de Chapper fazia um Saci no Teatro Cultura Artística em 1950. O ator usava uma malha apertada para deixá-lo apenas com uma perna e, no meio da apresentação caiu e machucou-se. Não conseguia entrar na malha justa de tão inchado que estava. Como José Chapper, estava ao lado e conhecia toda a peça e suas marcaçõe, foi ele mesmo que entrou como saci, sendo dublado pela “voz de trovão” do ator inabilitado para atuar no palco. Deu tudo certo. O teatro estava cheio e a peça foi um sucesso.

Ele começa nosso bate-papo contando sobre “Luz Del Fuego”, que para mim era apenas uma música da Rita Lee.

Chapper acaba de retornar de Israel onde passou 2 anos como joalheiro. Voltou apaixonado pelo país, por suas belezas naturais, sua cultura, pela evolução em produções culturais e científicas. Decidiu voltar pois, não conseguiu aprender seu 9° idioma, diz estar velho e que não aprenderá mais nada, conta que esta feliz ter aprendido a usar o orkut.

Um minuto ao lado dele e sua memória e bagagem cultural, suas histórias, seus olhos azuis profundos o transforma em um homem fascinante.

José Chapper voltou com o intuito de retomar suas gravuras, porém, seu tempo limitado ainda lhe impede.

Ele expõe peças de antiguidade na Feira de Antiguidade e Arte Masp: “A arte é minha vida!” E, quando pergunto a ele sobre a feira de antiguidade e de artesanato juntas ele me responde: “A antiguidade não é necessariamente feita à mão”.

Chapper vende peças únicas, que é um dos charmes e o valor da antiguidade. Suas peças são provenientes de famílias, colecionadores e viagens que ele fez.

Quando o questionei sobre a crise financeira atual e as vendas das peças ele me responde: “Existe procura. A crise a princípio afeta, mas, o governo usa a mídia para manipular e superlativar a crise”.

Você pode encontrar José Chapper no :
Vão livre do Masp - Av. Paulista, 1578 - Cerqueira César
Acontece: aos domingos, das 10h às 17h.
E, em seu Orkut

Patrícia Rosseto

Descansando a mente com o artesanato

A prática de atividades esportivas tão recomendadas pelos médicos, servem para aliviar o corpo da rotina diária e manter a saúde. Da mesma forma, o artesanato, pode ser praticado como forma de relaxamento e estímulo mental. Até porque, se a mente não está bem, o corpo também não.

Por isso, Ana Luisa faz diversos produtos, desde o crochê até o feltro: "Acho que enquanto a gente mede a linha, conta os pontos, copia um desenho... você ocupa a sua cabeça com coisas simples e ajuda a liberar os pensamentos chatos, pesados do dia-a-dia.", afirma.
Mais uma adepta à técnica do feltro na empresa onde trabalha, ela conta como aprendeu a costurar e fala sobre a sua paixão pelo teatro.

Perfil:
Ana Luisa Santiago Franceschi, 32 anos, Consultora de Negócios (formada em Administração de Empresas – MBA Marketing de Serviços)

Arte em Feltro: Quem ensinou a técnica do feltro? Como foi o aprendizado? Você já tinha feito outros produtos?
Ana Luisa: Quem ensinou foi a Lia, que trabalha comigo, aprendemos a fazer uma botinha para o papai noel.

AF: Como surgiu o artesanato na sua vida?
AL: Sempre estou fazendo alguma coisa, uma pena que não me sobra muito tempo para isso... gosto muito de fazer tricot e crochê também.

AF: Onde você busca as idéias para criar suas peças? Na internet, em revistas, livros fotográficos?
AL: Na internet e na minha imaginação...rs

AF: Que tipo de material utiliza? Geralmente, onde você compra estes materiais?
AL: Comprei feltro da última vez, em uma loja de tecidos em Pinheiros, na Mourato Coelho... mas não vale a pena... muito mais caro...

AF: O que sua família achou das peças que você já produziu? Já surgiu encomenda?
AL: Acharam fofas!!! Encomenda de feltros não... mesmo porque ainda me considero uma “iniciante” no assunto... mas de gorrinhos de crochê e cachecol de tricot já...

AF: Pretende se aperfeiçoar no artesanato com feltro e fazer cursos, por exemplo?
AL: Infelizmente não ando com tempo para fazer cursos extras... então... vou aprendendo fazendo... e trocando ideias com as minhas amigas que também fazem... e claro... de olho no blog da Flavia.

AF: O que sente ao presentear um amigo, alguém de sua família com algo que você fez? Qual a reação dessas pessoas?
AL: Eu acho que quando a gente da um presente que foi a gente que fez... é muito mais gratificante... pois o presente carrega a nossa energia, a nossa emoção... além de ser uma peça única, exclusiva e feita especialmente para a pessoa.

AF: Você compra artesanato periodicamente? Poderia indicar um lugar que visitou e gostou muito?
AL: Eu gostei muito do artesanato de Manaus... recentemente estive lá a trabalho e gostei muito das coisinhas que eles fazem... não costumo comprar muita coisa não... os últimos que eu comprei foram quadros, e comprei no interior em uma cidade chamada Porto ferreira, lá tem um centro de artesanatos e móveis muito legal! E os preços são ótimos...

AF: Sei que você ama teatro. Como e quando essa paixão surgiu na sua vida?
AL: Sim... amo sim... amo cinema também... tudo relacionado a arte... desde muito novinha estudei piano e no colégio, sempre que havia uma oportunidade, lá estava eu no palco... fazendo alguma peça ou alguma bagunça...rs Meus pais possuem uma vídeo-locadora e minha mãe foi professora de Eduacação Artística durante a minha infância.... deve ter vindo daí... a paixão pela interpretação...

AF: Quantas peças você participou? Fez quais cursos? Trabalhou com quem?
AL: Mas foi em 2004 que pela primeira vez eu entrei em um curso formal de teatro, ainda sem a pretensão de ser atriz... somente para conhecer. Como as correrias da vida, tive que escolher por fazer outras coisas e não concluí o curso. No ano passado, entrei novamente em um curso de teatro, dessa vez, intensivo, aula todas as noites. Ainda não me considero pronta para fazer uma peça inteira... por enquanto... fazemos as peças dentro da escola. Como trabalho o dia todo e estudo a noite... não teria tempo para me dedicar ao personagem, o tanto que ele merece!!! Em setembro do ano passado, fui convidada para participar de um filme... sim... um filme!!! Um curta metragem... meu primeiro trabalho profissional... eu interpreto a Lála... uma patricinha universitária, que vai com seus amigos para a praia e presenciam um terremoto.

AF: Qual foi a melhor peça que você já assistiu e qual foi a melhor que você participou?
AL: Acho que a mais bonita de todas foi Ensina-me a viver, com Gloria Menezes uma adaptação de um filme com o mesmo nome, onde uma senhora de 80 anos vive um romance com um garoto.

AF: E o melhor local para assistir uma peça, qual é? No Brasil e no exterior.
AL: De verdade, não acreito que haja essa diferença... o melhor lugar para assistir uma peça é aqui e agora... é onde você está... é onde você pode ir...

AF: O que significa o artesanato para você? O que o teatro significa na sua vida?
AL: O artesanato é uma forma de produzir alguma coisa, descansando a mente. Acho que enquanto a gente mede a linha, conta os pontos, copia um desenho... você ocupa a sua cabeça com coisas simples e ajuda a liberar os pensamentos chatos, pesados do dia-a-dia.
O teatro está ainda como um sonho a ser realizado... e espero que em breve eu possa estar aqui, novamente nesse site, contando das conquistas que eu já tive!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

A Casa do Artesão

Por Loren Lopes
Este feriado estive a passeio em minha cidade natal, Campo Grande, capital sul-mato-grossense e não resisti a esse encanto histórico da cidade: “A casa do Artesão”.
“A casa do Artesão” fica localizada entre as avenidas Afonso Pena e Calógeras.
A Feira foi constituída em 1923 e nela foi instalada a primeira agência do “Banco do Brasil” da cidade.
De 1938 a 1974, o banco mudou e a casa foi ocupada por artesões do estado.
No dia primeiro de setembro de 1975, o local foi inaugurado como “A casa do Artesão”. Sendo então, na época a construção completamente reformada para acolher dar espaço aos artesões do Estado.

São muitas variedades de peças artesanais que se encontram no espaço. As peças que mais se destacam são: licores de diversos sabores, peças pantaneiras feitas pelos índios da região, peças em argila, bordados, rendas, cestos feitos em palha e objetos de decoração. São peças incríveis e em sua grande maioria representam a cultura e a história do povo deste encantador Estado.

Alguns artesãos da casa comercializam seus produtos para vários estados brasileiros.

São peças encantadoras vale a pena fazer uma visita a esta cidade do nosso pantanal e conhecer “A Casa do Artesão”.

O espaço funciona de segunda a sexta das 8hs às 18hs e aos sábados, das 9hs às 17hs.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Artesanato é um estímulo à criatividade

É assim que Rosália Lopes, 28, define o artesanato e acresenta: “manda o stress embora, é arte!!”.

No local onde ela trabalha, muitas mulheres têm dedicado um pouco do tempo para produzir artesanato. Entre um atendimento e outro, elas fazem chaveirinhos, bichinhos, guirlandas, mobiles e diversos tipos de enfeites. O cliente pode gritar ao telefone, que elas nem se abalam. Realmente, o artesanato é uma terapia.

A Rosália aceitou conversar com a Equipe Arte em Feltro e falou sobre a sua paixão antiga pelo mundo do artesanato. Confira:

Arte em Feltro: O feltro tornou-se uma febre onde você trabalha. Inicialmente, você aprendeu com quem?
Rosália: Não fiz o curso que a Lia fez aqui, só fiquei sabendo depois que a febre já estava rolando. Chamei a Lia na minha mesa e em 5 minutos ela me deu as instruções.

AF: Por ter um filho pequeno, você se dedicou a criar produtos

infantis. É o que você mais gosta de fazer? O que você já fez para o seu filho?
R: Eu procuro fazer brinquedos educativos e que estimulam a criança. Já fiz dedoches com as vogais e de personagens, dados com bichinhos coloridos e até mesmo um livro de números com o personagem do Discovery Kids (o Doki), o Pedro adora!Também fiz duas botas de natal.

AF: E ele gosta de brincar com esse brinquedos? Ele demonstra algum tipo de preferência entre os que você fez ou aqueles que você comprou?

R: O livro que fiz está dentro dos brinquedos favoritos do Pedro.
AF: Ele te vê produzindo as peças e sabe que você fez especialmente para ele?
R: Ainda é muito pequeno para entender que foi especialmente para ele, procuro ainda não fazer perto dele pois ele quer brincar com os feltros e agulhas!!! Ai ai ai... Mas acredito que ele sente o carinho em cada peça que faço!

AF: Na sua opinião, esse tipo de brinquedo estimula a imaginação da criança? Tem função educativa?
R: Com certeza estimula, além de promover a interação da criança com os pais.

AF: E como é ver seu filho brincando com algo que você fez? Qual é a sensação?
R: Fico super feliz em saber que algo que eu mesma criei chama a atenção do meu pequeno e faz parte de seus brinquedos favoritos.

AF: Você faz outro tipo de artesanato? Quais?
R: Sim, faço decoupage e pintura em materias de MDF.

AF: Quais produtos utiliza?
R: Guardanapos de papel, tinturas, aplicações, feltro. Qualquer objeto pode virar um material, até mesmo pulseiras que já não uso mais podem ser utilizadas nas criações.

AF: De onde vem tanta inspiração? Sempre gostou de artesanato? Ou essa admiração começou com o feltro mesmo?
R: Desde pequena gosto de trabalhos manuais, com 7 anos comecei com pinturas à oleo em tela, também em vidros. Desde então gosto de aprender sobre artesanato.

AF: Sua produção é em pequena escala. Você produz para presentear seu filho, amigos e parentes. Já recebeu encomendas devido ao boca a boca?
R: Sim, já recebi pedidos, porém recusei devido a falta de tempo x quatidade solicitada.

AF: Gostaria de trabalhar só com artesanato, ou precisa dessa vida de escritório?
R: Com certeza gostaria de trabalhar só com artesanato, mas infelizmente é difícil se manter com este tipo de trabalho.

AF: Acha que é possível manter-se produzindo artesanato?
R: Até acho que é possível se manter, porém para a pessoa começar do zero e chegar até o momento de conseguir se manter é difícil, fazer seu nome no mercado.E artesanato não é um produto de necessidade, então qualquer “crise” pode afetar as vendas, acho que é a primeira coisa que as pessoas deixam de comprar.

AF: Você frequenta feiras de artesanato para fazer amizades com outros artesãos, ou até buscar novas idéias de produtos?
R: Geralmente procuro novidades na internet e através de revistas.

AF: O que você gostaria que as outras pessoas enxergassem em seus trabalhos? Quais qualidades?
R: Eu faço com muito carinho estas peças e penso sempre no impacto que o trabalho vai causar nas pessoas, gosto de ver a felicidade do meu filho em explorar as imagens do livrinho, gosto de ver meu sobrinho de 7 meses empolgado com as cores do cubo e do olhar de supresa de parentes qdo recebem algo feito por mim, e sentir deles que um presente feito à mão agradou muito mais do que um presente qualquer que comprei em uma loja.

AF: O que significa artesanato para você?
R: Para mim artesanato é um hobby, é uma maneira de estimular a criatividade, de mandar o stress embora, é arte!!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Como assim?

Por Loren Lopes

Como assim? Este é o nome da feira de artesanato que desde 2001, reúne mais de 120 artistas no shopping Center 3 na Avenida Paulista com Augusta.

A feira acontece todos os domingos das 10 às 22 horas no primeiro piso do shopping.

Como Assim? Foi inspirado em um mercado em Camden Town, em Londres, feira onde é possível encontrar produtos de diversos países do mundo para apreciar e comprar.

A feira Como Assim? Tem essa mesma finalidade. Expor artes de vários países. Atualmente, ela conta com 120 expositores, cerca de 300 pessoas envolvidas na sua organização e mais 900 artistas. Na feira é possível encontrar bijuterias dos mais variados materiais, roupas para todos os estilos, plantas decorativas, lustres, luminárias, brinquedos, bonecas de pano e feltro, tapets e muito mais.

Muitos artistas da feira já exportaram seus produtos para Alemanha, Canadá, Estados Unidos e França.

Além da feira de artesanato, o shopping Center 3 realiza de segunda à sábado uma feira de antiguidades com aproximadamente 20 expositores, onde podem ser encontrados móveis de diferentes origens, quadros, relógios, pratarias, estátuas, entre outros objetos e relíquias bem conservadas.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

“Nunca digo que não sei, não faço!”

Por Patricia Rosseto
Luciene Costa Heitor, 46 anos é artista expositora da Feirarte do SESC há 10 anos, em Santos, litoral paulista. A feira é no bairro do Boqueirão próximo ao shopping Praiamar e a praia da Aparecida.

Após 15 anos de trabalho como técnica em nutrição ela deixou as cozinhas industriais de grandes empresas para se dedicar ao artesanato. Sem nunca ter feito nem um curso de arte e nem corte e costura, ela adquiriu a extinta revista “Faça e Venda” e se interessou por um papagaio feito de feltro. Usou a revista e compôs o animalzinho em feltro.
Desde lá, não parou mais de aperfeiçoar sua arte: “Gosto de eu mesma fazer as coisas..."

Hoje ela conta que vende sua arte para o público em geral, professores que adquirem aventais, fantoches, atores de teatro, os famosos doutores da alegria... E, agora também os amigos de sua filha, que curtem animes e mangás (os animes são os desenhos animados japoneses e os mangás são gibis). Este movimento agrega muitos jovens.

A filha de Luciene chama-se Driade Íris Heitor Rosa e tem 16 anos. Luciene relata que da mesma forma que lia Harry Potter para Driade, hoje, a filha a leva para conhecer e admirar a cultura japonesa.

Hoje a artista cria também em feltro personagens e fantasias retirados dos mangás e animes. A fantasia que fez despretenciosamente para Driade lhe rendeu um prêmio de Cosplay (fantasia de um personagem de quadrinhos).
Mas, não acaba aí. Luciene também ficou em segundo lugar no concurso de moldes de natal do grupo que ela participa na internet o "Feltro e Cia". Assim como outros grupos que Luciene usa para trocar informações, expor trabalhos, fazer amizades, trocar idéias e técnicas com pessoas do mundo todo.

O sucesso de Luciene além de sua dedicação está claramente evidenciado em sua perspicácia: “Nunca digo que não sei, não faço!”.

Você pode encontrar a Luciene na Feirarte em Santos, em frente ao Sesc aos domingos e admirar suas produções em feltro, adquirir ou presentear. Também pode ver seus trabalhos no Flickr. E se quiser conhecê-la, acesse a página do Orkut da filha, Driade.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Incentivo do Sebrae ao artesanato brasileiro

Apesar de pouco difundido, o Sebrae capacita artistas empreendedores e fomenta o mercado do artesanato.

Nas 27 Unidades Federativas do país, o Sebrae investe em estratégias de atuação que possibilitam o desenvolvimento de cada categoria de artesanato, mantendo os valores simbólicos dos modelos culturais.
As ações empreendidas pelo Sebrae, a partir de 2002, marcaram sua presença em 16,6% dos municípios brasileiros e capacitaram 90 mil artesãos.As ações foram reavaliadas e redesenhadas com a participação de todos os coordenadores estaduais. As experiências bem-sucedidas foram compartilhadas e as abordagens e conceitos nivelados, alinhando-os às estratégias e prioridades do Sistema Sebrae, frente às necessidades das comunidades. O objetivo do Sebrae é fomentar o artesanato de forma integrada, enquanto setor econômico sustentável que valoriza a identidade cultural das comunidades e promove a melhoria da qualidade de vida, ampliando a geração de renda e postos de trabalho.O Sebrae visa com suas ações:

- Ampliar as oportunidades de ocupação e renda;
- Contribuir para a formalização do setor;
- Ampliar o acesso ao crédito e à capitalização;
- Promover o acesso a tecnologias adequadas ao aumento e melhoria da capacidade produtiva;
- Utilizar a inovação como um dos fatores de diferenciação do produto artesanal;
- Promover a educação empreendedora;
- Promover a cultura da cooperação, estimulando a criação e o fortalecimento de associações e cooperativas;
- Promover o acesso a mercados;
- Utilizar o marketing como uma das ferramentas para impulsionar a competitividade;
- Resgatar a cultura como fator de agregação de valor ao artesanato, promovendo produtos com a "cara brasileira”;
- Disponibilizar informações sobre a utilização racional dos recursos naturais, segundo os postulados da legislação ambiental;
- Socializar o acesso às informações e ao conhecimento no âmbito do setor artesanal;
- Articular parcerias para aumentar a participação do artesanato na produção nacional e para o conseqüente fortalecimento do setor.

A integração das ações do Sebrae nos 27 estados prevê o desenvolvimento e a ampliação da capacidade produtiva dos artistas, a melhoria de sua estrutura técnica e da qualidade do produto artesanal, de maneira a incrementar as vendas e, assim, promover sua inserção e permanência no mercado.Situação atual: em aproximadamente 2.700 municípios, foram capacitados 220.000 artesãos. As ações empreendidas marcam a presença do Sebrae em 48% dos municípios brasileiros.
Fonte: Sebrae

quinta-feira, 9 de abril de 2009

A identidade cultural no artesanato

O artesanato obedece às leis da oferta e da procura e, por isso, as intervenções de especialistas em análise de mercado são necessárias para prever e corresponder às expectativas dos clientes. Contudo, a identidade cultural do artesanato deve ser preservada, valorizando as tradições regionais, a habilidade dos artesãos e as relações existentes nos grupos.

O artesanato resulta de saberes acumulados por gerações em diversas comunidades organizadas em territórios por todo o país. Os artesãos são herdeiros de técnicas transmitidas por gerações e profundos conhecedores dos recursos naturais existentes em suas regiões. Seus conhecimentos são transformados em objetos inspirados em seus valores e visão de mundo e, desse modo, criam e reinventam uma das formas mais singulares de representação da identidade cultural.

O artesanato brasileiro é conhecido em todo o mundo por sua criatividade. Esse rico conjunto de produtos, desenhos e tons surgiu da herança dos povos que por aqui passaram. O índio nativo já fabricava instrumentos em barro e corda; os negros trouxeram trabalhos em cerâmica cozida; os colonizadores europeus acrescentaram os bordados e rendas.

Desenvolver produtos artesanais de referência cultural significa valer-se de elementos que reportem o produto ao seu lugar de origem, seja pelo uso de elementos simbólicos que façam menção às origens de seus produtores ou de seus antepassados, seja pelos materiais utilizados. Portanto, a identidade cultural é caracterizada por costumes, ritos, mitos, cores que remetem à paisagem local, pelas imagens prediletas, pela fauna e flora, pelos tipos humanos retratados e seus costumes mais singulares, que contribuem para distinguir um determinado grupo social dos demais. O outro aspecto que caracteriza uma determinada cultura relaciona-se ao uso de matérias-primas disponíveis na região e de técnicas de produção que foram passadas de geração em geração. Esses são os atributos mais valorizados por um mercado globalizado.

Para muitos, o surgimento de novos produtos deve ser resultante de um processo espontâneo de criação dos artistas populares. Estes, diante das mudanças no ambiente em que vivem, sentem a necessidade de demonstrar suas impressões pessoais mediante renovações na modelagem da matéria, momento em que demonstram sua visão singular e compatível com o repertório estético e cultural de seu contexto social.

O argumento em defesa da não intervenção do design nesses processos de criação artesanal é o temor da possibilidade de descaracterização dos produtos originais, que pode provocar o desaparecimento de certas categorias, tipologias, padrões e outros elementos de reconhecimento e identificação cultural de uma determinada região ou grupo social.

Os que defendem a intervenção dos profissionais do design no processo de criação acreditam que esse é um modo de agilizar e dinamizar as relações comerciais entre os artesãos e o mercado, gerando incremento de trabalho e de renda para os artistas e para a região.

Fonte: Sebrae

quarta-feira, 8 de abril de 2009

O que é artesanato

Na entrevista com a Fernanda Lott, ela comentou sobre as diferenças entre arte, artesanato e trabalho manual. As técnicas utilizadas, a percepção, sensibilidade e histórico cultural e social são os diferencias de cada forma de produção.

Para compreender essas técnicas, primeiramente é necessário conhecer o conceito de arte e sua influência nas produções de artesanato.

A arte é uma criação humana com valores estéticos (beleza, equilíbrio, harmonia, revolta) que sintetizam as suas emoções, sua história, seus sentimentos e a sua cultura. É um conjunto de procedimentos utilizados para realizar obras.

O homem criou objetos para satisfazer as suas necessidades práticas, como as ferramentas para cavar a terra e os utensílios de cozinha. Outros objetos são criados por serem interessantes ou possuírem um caráter instrutivo. O homem cria a arte como meio de vida, para que o mundo saiba o que pensa, para divulgar as suas crenças (ou as de outros), para estimular e distrair a si mesmo e aos outros, para explorar novas formas de olhar e interpretar objetos e cenas.

A arte é feita decorar o mundo, para espelhar o mundo naturalista, para ajudar no dia-a-dia (utilitária), para explicar e descrever a história, para ser usada na cura doenças e para ajuda a explorar o mundo.

O artesanato é essencialmente o próprio trabalho manual ou produção de um artesão (de artesão + ato). Mas com a mecanização da indústria o artesão é identificado como aquele que produz objetos pertencentes à chamada cultura popular.

Considera-se Artesanato todo trabalho manual, onde mais de 80% da peça foi fruto da transformação da matéria-prima pelo próprio artesão. Além disso esse produto normalmente reflete a relação desse artesão com o meio onde vive e a sua cultura.

Artesanato pode ser com ou sem ajuda de ferramentas e mecanismos caseiros, que as pessoas dão às matérias brutas, sobras e lixo do consumo industrial, visando produzir peças utilitárias, artísticas e recreativas, com ou sem fim comercial.

Na concepção do escritor mexicano Otávio Paz, Prêmio Nobel de Literatura, falar de artesanato é falar mais de pessoas do que de objetos, pois o produto resultante do trabalho artesanal é um produto “com alma”, onde estão presentes o saber, a arte, a criatividade e a habilidade.

O artesanato é uma parte da técnica da arte, a mais desprezada infelizmente, mas a técnica da arte não se resume no artesanato. O artesanato é a parte da técnica que se pode ensinar mas há uma parte da técnica de arte que é por assim dizer, a objetivação, a concretização de uma verdade interior do artista. Esta parte da técnica obedece segredos, caprichos imperativos do ser subjetivo, em tudo o que ele é, como indivíduo e como ser social. Isto não se ensina e reproduzir é imitação.

Quando falamos de pessoas, falamos de identidade, quando falamos de grupos sociais, região, comunidade, nação, temos uma cultura. A imagem inicial e básica que orienta o que é artesanal nasce no plano do fazer, dominar conhecimentos e tecnologia tendo na ação de executar com as mãos o que é mais representativo do protótipo do ser artesão, do fazer artesanato , do caracterizar o objeto artesanal.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Feiras de Artesanato em São Paulo

Para complementar o post anterior, segue abaixo algumas dicas de feiras de artesanato localizadas no centro de São Paulo. Vale a pena visitar!

Feira da Liberdade
Metrô Liberdade
Domingo: 8h às 17h
Artigos e culinária japonesa e chinesa

Feira de Artes e Antiguidade
Praça Júlio Prestes
Domingo: 8h às 18h
Artesanato, arte e antigüidades

Feira de Artesanato
Praça da República
Sábado e Domingo: 9h às 17h
Artes plásticas, artesanato, pedras brasileiras, cerâmicas, roupas e comida típica

Feira de Artesanato da Semab
Largo São Francisco
Sexta-feira: 8h às 17h
Artesanato, quadros, roupas etc.

Feira de Artesanato e Cultura José Bonifácio
Largo São Francisco
Quintas, sextas e sábados: 8h às 18h
8336-0899 (Irandir)

Mercado das Flores
Largo do Arouche
Diariamente: 24 horas

Informações sobre o artesanato:Sutaco
Superintendência do Trabalho Artesanal das Comunidades

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Artesanato: uma alternativa ao desemprego

Mulher rendeira (comum na região nordeste). Criada em madeira e fixada em base de vime.

Você já reparou que cada vez mais as feirinhas de artesanato ganham espaço em shoppings centers e praças públicas como da República?

O crescimento de espaços destinados à comercialização de produtos artesanais não é apenas um sinal de desemprego, mas também de incentivos de governos (leia aqui o Programa Promoart criado pelo Governo Federal para promover o trabalho de artesãos de diversas regiões do Brasil) e ongs que crêem no desenvolvimento de uma estrutura estética que valoriza a criatividade e a inovação.

A promoção do artesanato está associada à criação de emprego, negócios e renda. Favorece diretamente o artesão, e indiretamente o local que está próximo a estes centros culturais e comerciais. Como a barraquinha de lanche e refrigerante e a lanchonete da esquina.

Um exemplo, é a cidade de Embú das Artes, na grande São Paulo, conhecida internacionalmente. Artesãos de todas as partes do Brasil, expõem e comercializam seus produtos em um espaço que aos finais de semana, fica praticamente impossível de caminhar. Lá, pode-se encontrar produtos de todos os tipos de matérias-primas, dentre eles: couro, tecido, feltro, porcelana, cerâmica, pedra e madeira. Há também flores, plantas e artes plásticas.

A economia da cidade é baseada na promoção do turismo cultural, devido ao seu grande atrativo: o artesanato. Para atender os turistas, a prefeitura da cidade disponibiliza serviços de informações no Centro de Atendimento ao Turista. A cidade também investiu em sinalização turística, algo importante para a segurança e acessibilidade do turista a todos os pontos importantes do roteiro.

Visitei a cidade de Embú em Janeiro/09, e conversei com diversos artesãos. Muitos trocaram as profissões e se dedicaram ao prazer de produzir suas peças e sentir a valorização do trabalho ao ouvir o elogio de um consumidor. Algo que jamais seria alcançado dentro de um escritório. Outros, encontraram no artesanato, a saída de uma situação de desemprego. Eles buscaram informações em revistas e jornais especializados e começaram sozinhos na profissão. Há também casos em que a produção é passada de geração para geração.

A cada dia, o artesanato ganha seu espaço em segmentos como a moda, o design de interiores, decoração e vestuário. Isso porque nele há diferenciais: a exclusividade, o carinho com que é produzido, a estética diferenciada, a sutileza e criatividade que cada peça possui. A sensação de comprar um produto feito manualmente é totalmente diferente de um produto industrializado, pois caracteriza a construção de um espaço e de um modelo pessoal.

A divulgação de trabalhos e técnicas incentiva pessoas que não sabem o que fazer para sair de uma situação difícil. Abre portas para o sentimento de esperança de muitos que perderam o emprego, e vêem no artesanato uma possibilidade de dignidade. De trabalho. De ocupação.
Copyright © Ateliê Fofurinhas - Todos os direitos reservados
Design by Atelier Linda Lelê | Tecnologia Blogger