quinta-feira, 2 de abril de 2009

Artesanato: uma alternativa ao desemprego

Mulher rendeira (comum na região nordeste). Criada em madeira e fixada em base de vime.

Você já reparou que cada vez mais as feirinhas de artesanato ganham espaço em shoppings centers e praças públicas como da República?

O crescimento de espaços destinados à comercialização de produtos artesanais não é apenas um sinal de desemprego, mas também de incentivos de governos (leia aqui o Programa Promoart criado pelo Governo Federal para promover o trabalho de artesãos de diversas regiões do Brasil) e ongs que crêem no desenvolvimento de uma estrutura estética que valoriza a criatividade e a inovação.

A promoção do artesanato está associada à criação de emprego, negócios e renda. Favorece diretamente o artesão, e indiretamente o local que está próximo a estes centros culturais e comerciais. Como a barraquinha de lanche e refrigerante e a lanchonete da esquina.

Um exemplo, é a cidade de Embú das Artes, na grande São Paulo, conhecida internacionalmente. Artesãos de todas as partes do Brasil, expõem e comercializam seus produtos em um espaço que aos finais de semana, fica praticamente impossível de caminhar. Lá, pode-se encontrar produtos de todos os tipos de matérias-primas, dentre eles: couro, tecido, feltro, porcelana, cerâmica, pedra e madeira. Há também flores, plantas e artes plásticas.

A economia da cidade é baseada na promoção do turismo cultural, devido ao seu grande atrativo: o artesanato. Para atender os turistas, a prefeitura da cidade disponibiliza serviços de informações no Centro de Atendimento ao Turista. A cidade também investiu em sinalização turística, algo importante para a segurança e acessibilidade do turista a todos os pontos importantes do roteiro.

Visitei a cidade de Embú em Janeiro/09, e conversei com diversos artesãos. Muitos trocaram as profissões e se dedicaram ao prazer de produzir suas peças e sentir a valorização do trabalho ao ouvir o elogio de um consumidor. Algo que jamais seria alcançado dentro de um escritório. Outros, encontraram no artesanato, a saída de uma situação de desemprego. Eles buscaram informações em revistas e jornais especializados e começaram sozinhos na profissão. Há também casos em que a produção é passada de geração para geração.

A cada dia, o artesanato ganha seu espaço em segmentos como a moda, o design de interiores, decoração e vestuário. Isso porque nele há diferenciais: a exclusividade, o carinho com que é produzido, a estética diferenciada, a sutileza e criatividade que cada peça possui. A sensação de comprar um produto feito manualmente é totalmente diferente de um produto industrializado, pois caracteriza a construção de um espaço e de um modelo pessoal.

A divulgação de trabalhos e técnicas incentiva pessoas que não sabem o que fazer para sair de uma situação difícil. Abre portas para o sentimento de esperança de muitos que perderam o emprego, e vêem no artesanato uma possibilidade de dignidade. De trabalho. De ocupação.

2 comentários:

Mauricio disse...

Flavia, o assunto é ótimo, mas o texto apenas "sobrevoa" o tema, sem mergulhar no problema. Vc podia relatar histórias de pessoas que estão ganhando a vida com o artesanato, por exemplo

Flávia Fabri Cesário disse...

Ola Prof.
Aprofundarei neste tema em outros post. Estou em contato com pessoas que viveram situações parecidas. Aguarde!
Obrigada pelas dicas!
Abs.

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